Milonga de Los Morenos (tradução)

Original


Vitor Ramil

Compositor: Jorge Luis Borges / Vitor Ramil

Voz alta e animada
Como se estivesse cantando à flor,
Hoje, senhores, eu canto
Para as pessoas de cor.

De Marfim negro os chamavam
Os Ingleses e Holandeses
Que desembarcaram aqui
Ao fim de longos meses.

Lá no bairro do retiro
Havia um comércio de escravos;
De boa disposição
E muitos deles saíram irados.

Da sua terra de leões
Se esqueceram como crianças
E aqui os habituaram
Aos costumes e aos carinhos.

Quando a pátria nasceu
Em uma manhã de maio,
O gaúcho só sabia
Fazer guerra a cavalo.

Alguém pensou que os negros
Não eram nem canhotos, nem estrangeiros
E se formou o regimento
Dos pardos e dos morenos.

O sofrido regimento
Que recebeu o número seis
E de quem Ascasubi disse:
"Mais brabo que galo Inglês."

E foi assim que do outro lado
Essa morenada, ao som de um grito
De costume, correu
Em carga pela colina.

Martin Fierro matou um negro
E é quase como se houvera
Matado a todos eles. E eu sei de um
Que morreu pela bandeira.

De tarde em tarde no sul
Me olha um rosto moreno,
Trabalhado pelo anos
E às vezes triste e sereno.

Para que céu de tambores
E descansos eternos se foram?
Foram levados pelo tempo
O tempo que está esquecido.

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